segunda-feira, 12 de março de 2012

Visual Novel - Clannad

Ultimamente tenho andado com uma espécie de "Guilty Pleasure" após ter visto o animé Clannad (que pretendo rever para depois analisar no blog no futuro). O já mencionado animé foi baseado numa Visual Novel que tenho andado a jogar ultimamente. Mas o que é uma Visual Novel?

É um tipo de jogo focados no enredo, muito popular no Japão, no qual o jogador acompanha uma história por meio de textos, músicas e imagens, etc. Em momentos-chaves o jogador deve decidir qual o caminho que o protagonista deve seguir. O desenvolvimento da trama destes jogos costuma depender das escolhas que os jogadores fazem durante os mesmos. São como filmes ou livros interactivos; daí o nome "visual novel" (podem ler mais aqui)

Após ter visualizado o animé, consegui obter uma cópia (infelizmente não lá muito legal) da Visual Novel Clannad traduzida para inglês. Escusado será dizer que o jogo é ENORME, contendo muita histórias e situações para explorar.

Para quem não está familiarizado, Clannad conta a história de um adolescente no seu último ano na escola secundária, Okazaki Tomoya. Ele é orfão de mãe e não tem uma boa relação com o pai, o que o levou a tornar-se um tanto amargo. O seu melhor amigo e companheiro de jabardice é Sunohara Youhei, um rapaz egocêntrico e pervertido de cabelo loiro. Ao longo do jogo, Tomoya pode explorar várias "rotas", dedicadas a uma (ou mais) personagens, na sua maioria femininas. Estas rotas são espécies de histórias paralelas, o que pode ser um pouco confuso a inicio. O real objectivo destas rotas é realizar os desejos dos personagens envolvidos / torná-los felizes de modo a obter uma Luz. As Luzes fazem parte de uma lenda da cidade de Tomoya, que diz que as luzes têm a capacidade de realizar desejos, e quantas mais luzes, mais poderoso é o resultado (isto vai ter fortes implicações com o avançar do trama).

Apesar das diferentes rotas, o jogo acaba por ter uma espécie de trama "principal", focada em Furukawa Nagisa, uma rapariga frágil adoece com facilidade e tem problemas de auto-confiança. É apenas esta personagem que tem direito a protagonizar (juntamente com Okazaki Tomoya) o "After Story", um modo de jogo desbloqueado após se concluir todas as rotas durante a vida escolar de Tomoya.

Para além das tramas, há um pequeno desafio extra: desbloquear todas as CGs (imagens especiais que aparecem em pontos-chaves de cada rota) e todas as músicas, que poderão consultar posteriormente a partir do menu principal.

Enfim, paleio à parte, decidi partilhar convosco esta Visual Novel, pois penso ser uma óptima forma de desperdiçar...digo, investir o vosso tempo. Esta versão traz, para além do texto traduzido em inglês (com apenas um ou outro erro pontual), as personagens com vozes iguais às do animé, uma versão do jogo que foi lançada posteriormente devido ao sucesso da série de TV.

Download "Clannad":
Para jogar, basta abrir o ficheiro "REALIVE.exe"

Ficam aqui algumas imagens de momentos que achei engraçados para demonstrar o bom humor da série (que, como já referi, também possuí momentos emocionais intensos):



Para aqueles que precisarem de ajuda com a tomada de decisões (pois é fácil perderem-se e irem parar a "becos sem saída" que impedem a progressão da história), vejam este guia.

Oh, e mais umas dicas preciosas. Podem carregar em CTRL para passar texto à frente; quando mudam o nome da personagem, o primeiro nome é o nome de família, e o segundo é que é, de facto, o vosso nome próprio (é assim que funciona no Japão); se carregarem no botão direito do rato, vêem um menu de opções, onde podem guardar ou carregar o jogo, passar diálogo já visto à frente, etc. Se não gostarem de jogar em tela inteira, basta visitar o menu "Config" no menu inicial, onde está tudo em Inglês, tornando intuitiva a sua utilização.

Divirtam-se!
Marta.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Actualizações

De modo a melhorar o blog, para além de pôr em dia a publicação de Exequatur: Salvação (a minha fanfic, para a qual infelizmente não tenho escrito muito), procedi às seguintes actualizações:

  • Adição de uma secção de parecerias e o nosso banner. Apesar de o blog ser de um foro mais pessoal, não vejo nada a perder em dar um pequeno espaço para publicidade e conseguir alguma também. É um mútuo benefício!
  • Uso de etiquetas nas mensagens, assim como actualização a página contendo as suas informações;
  •  Iniciação de uma sondagem para saber quais os conteúdos que gostavam de ver; 
  • Adição um motor de pesquisa para busca rápida de conteúdos;
  • Adição de um Favicon;
  • Adição de um motor de pesquisa.

Espero que estas mudanças sejam do vosso agrado, e obrigada por visitarem o "Randomicidades Variadas"!

Cumprimentos,
Marta.

Exequatur: Salvação - Dois

Caminhavam há já um par de horas. Após as cantorias, Toots contara a Guilmon que não sabia a forma de resolver a sua situação, nem sequer se ele era realmente humano, pelo que disse que o melhor era procurarem Pajramon.

-Pajramon? – perguntara Guilmon – esse nome soa-me familiar…

-Provavelmente, Piyo! Pajramon é o bondoso senhor da terra das Colinas! – respondera Toots.

-Terra das Colinas? Há mais terras neste mundo?

-Sem dúvida!

Depois dessa conversa, haviam começado a longa caminhada.

Guilmon revelara-se um pouco lento a princípio, trotando com grande cuidado, para evitar tropeçar a todo o custo. Apesar de duvidar que Guilmon fosse realmente humano, Toots tivera de admitir que o seu companheiro não estava habituado àquele corpo.

Quando conseguiram manter um passo de jornada respeitável, haviam conversado de algumas coisas mais triviais. Guilmon perguntara quem eram os Digimon (não esquecendo a menção de que “já os tinha visto”) que habitavam as colinas, em conjunto com os Piyomon. Toots explicara que eram Floramon e Woodmon.


Exequatur: Salvação - Um

Uma pastagem verdejante escorregava colina abaixo, rejuvenescente sob um Sol primaveril. Dentre as ervas nasciam algumas árvores, a maioria de pequeno porte, e imensos arbustos e pequenas flores de todas as cores do arco-íris que se avistava no horizonte. Diante tal cenário, esperar-se-ia ver um céu azul, limpo, talvez com algumas nuvens na pior das hipóteses. No entanto, esse não era o caso.

O céu, se é assim se lhe poderia chamar, era uma mescla confusas de cores, por vezes escuras, outras vezes tão claras que quase que possuíam um brilho próprio. Essa pintura distorcida era rasgada por relâmpagos, tanto brancos, como azulados, verdes, vermelhos, amarelos, entre muitos outros tons, cuja luz, apesar de tudo, não iluminava a colina. No meio desse caos havia ainda inúmeras crateras e rachas negras, e os algarismos um e zero, repetidos inúmeras vezes nas mais variadas combinações, povoam-nas, sendo visíveis devido à sua imagem fantasmagórica, branca, contrastando com a escuridão.

Regressando a terra, esta não era de todo desprovida de vida para além da habitual vegetação. Aqui e ali, pequenas criaturas répteis semelhantes a plantas, com a cabeça a lembrar uma flor vermelha e olhos azuis que viravam em todas as direcções, permaneciam, na sua maioria, imóveis, expostas ao sol e longe da sombra das árvores. Nalgum dessas árvores, com uma inspecção mais cuidada, ver-se-ia também um par de olhos, igualmente azuis, e braços de madeira. Como se não bastasse, pássaros cor-de-rosa, todos com as asas a terminar em garras e um anel numa das suas patas, passeavam tanto em terra como, por vezes, no ar, produzindo uma cacofonia de piares variados.

Todos os seres se encontravam, em maior ou menor grau, concentrados nos seus afazeres. Todos, excepto um.

Exequatur: Salvação - Prólogo

A evolução da humanidade tinha sido espantosa nos últimos anos.

O progresso a nível da saúde, da alimentação e de outros factores vitais era algo esperado, pouco surpreendente. Foi, de facto, o progresso a nível da comunicação que mais queixos fez cair ao chão.

O ser humano é um animal social por natureza, mas nada fizera prever a chegada das telecomunicações, e, muito menos, de algo como a Internet, uma espécie de mundo próprio para além da fronteira do nosso real.

Era através de um computador, uma outra caixa mágica de louvor em si mesma, que aquele homem acedia a este outro mundo.

Estava sentado numa cadeira giratória sem braços, num quarto escuro. Era possível determinar que a sua cara era redonda, com olhos pequenos de pássaro por detrás de óculos de aros, cujas lentes reflectiam uma série de letras e números que, para muitos, nenhum sentido teriam.

Para ele, no entanto, aquela série de caracteres era de extrema importância.

Usou a sua mão esquerda, grande e carnuda, para tapar a sua boca de lábios grossos e gretados, inclinando-se para a frente, o seu cotovelo a servir de suporte perfeito por cima da secretária de pinho. A mão direita conduzia o rato sem fios, negro como a sala cuja única fonte de claridade era o ecrã luminoso.

O rato foi sendo movido, de um lado para outro, para cima e para baixo, ouvindo-se regularmente um clique ou um rodar da roda que tinha no centro superior. Por vezes escutava-se, inclusivamente, um batuque surdo no teclado, negro e gorduroso devia à piza que o homem almoçara diante do ecrã sem se dar ao trabalho de lavar as mãos.

Pois, realmente, que importava a limpeza de um mero teclado quando ele tinha um mundo nas suas mãos?